23/12/07

My new look

Para quem disse "que giro pareces mesmo tu!", dá mais ares a uma cristina ricci mas pronto...thanks anyway =)

pL.

22/12/07

Até breve, parte II

Demorou mas lá chegou o dia de voltar, e ao vir não posso deixar de mostrar as tão prometidas fotos. É um ate breve à linda covilhã, vemo-nos dia 31 para a tua entrada no novo ano (em grande estilo e cor, como sempre claro).











12/12/07

Tea anyone?






















+

















=





Mais uma tarde de palhaçada e bons petiscos...


pL.

06/12/07



«We know a place where no planes go



We know a place where no ships go



(...)



Between the click of the light and the start of the dream



(...)



Little babies?Let's go!

p.s. cliquem no título, há lá video! :)


Women and children?Let's go!



Old folks?Let's go!



Don't know where we're going»

p.s. cliquem no título na coluna dos recent posts, tem lá video! :)


pL.

26/11/07

Eu quero...eu quero o meu TCM!

A maioria das pessoas que me conhece está a par da minha grande pancada por filmes antigos, adoro-os de facto, e isso é incontestável. Não nasci nos Golden years mas não consigo deixar de sentir um fascínio enorme pelas décadas do cinema clássico, especialmente o cinema a preto e branco. Desde que enveredei por estas vias universitárias de estudante combatente/independente, muitos foram os privilégios dos quais tive que abdicar, tenho sentido a falta de muitos deles, mas sem dúvida alguma, sinto falta das minhas noitadas a ver o TCM, sinto falta de contar os minutinhos para a meia noite, e esperar que o cartoon network se convertesse como por magia (olha os pirulitos da cabeça dela já a sairem do sítio) no fantástico TCM. "Que filme será que vai dar hoje?", "Era tão bom que desse o filme tal", etc etc, eram coisas que me vinham à cabeça sempre que me dispunha a ver um filmezito à noite, hoje em dia o diálogo mental mudou muito, mas não perdi nem o gosto nem a vontade. Sim meus queridos, aindo vos adoro e aguardo ansiosamente por arranjar uns melhores amigos/amigas com tv cabo, ou como se diz na covilhã, Cabovisão, porque isso da tvcabo não existe por estas bandas (lol, yes it's true!). Agora resta-me a leitura, devorar com delícia e requintes de malvadez, cada página da minha bíblia dos Movies of the 40's, e aguardar pelos saldos e promoções de natal, para comprar aqueles dvd's que ninguém quer e que ficam lá esquecidos no cantinho da prateleira, hehe. Posso dizer que essas décadas em muito me inspiraram, e recentemente nos meus trabalhos da universidade, que prometo que em breve começo a fotografá-los e a pô-los aqui, como já me pediram (não me esqueci!!!). Neste momento estou a fazer um projecto de três painéis para uma disciplina, e inspirei-me em objectos dos golden years mas com uma reviravolta pop (design que perdura ao longo do tempo). E em honra dos há muito não vistos mas jamais esquecidos filmes, sinto-me feliz por vos presentear com uns pequenos clips directamente do youtube, na esperança de vos abrir o apetite e de vos despertar a curiosidade.
Citizen Kane

The Maltese Falcon


The Birds


Casablanca


The Postman Always rings twice


fL.

22/11/07

Cá me têm de novo, com muitas virgulas!

Como o prometido é devido, cá estou eu de novo. Não, não é de volta ao algarve, isso só no Natal, mas de volta às minhas lides blogueiras. Não tenho parado por estas bandas e descobri da melhor maneira que em design de moda afinal até se desenha! Para minha grande felicidade claro, porque ao ver e rever as disciplinas na fila das matriculas, não conseguia deixar de pensar "que horror, são so cadeiras teóricas!". Não sei porquê mas sinto uma felicidade descomunalmente grande cada vez que penso que ando cansada, destruída, não tenho tempo para mim e muito menos para os outros. Soa estranho nao soa? Finalmente ando ocupada com coisas que valem a pena o meu suor e lágrimas (se bem que essas nunca mais as derramei, excepto as de alegria), finalmente posso parar de aborrecer as pessoas com as minhas queixas, finalmente não consigo parar de sorrir! Mudanças para melhor são sempre bem vindas, especialmente mudanças de um "que seca tenho frequência de análise psicológica para a semana", para um "tenho que pintar duas telas para terça feira pa aula as 10h".
Sim é um facto que a minha vida agora é uma correria, está sempre frio e tenho passado as minhas semanas na covilhã quase sempre adoentada, ando sempre mal de finanças, cansada e ocupada...Mas também é um facto que fiz amigos fantásticos, pessoas que me enchem de vida e alegria, pessoas com quem me identifico, pessoas que gostam de mim exactamente como sou. Finalmente sinto que sou independente, faço o que quero quando e como quero sem ter que dar satisfações a ninguem, tenho sugado o máximo da vida nestes ultimos tempos, e não consigo deixar de sentir que o melhor ainda está para vir. Adoro os meus dias típicos que nunca chegam a ser típicos e que volta e meia me envolvem em imprevisto. Acordar com três horas de sono porque tive a noite a desenhar, fazer crepes para o pequeno almoço enquanto olho pela 50ª vez pela varanda da cozinha e penso "meu deus que paisagem incrivel", espreguiçar-me pela casa enquanto oiço música aos berros no ipod,preparar a minha pasta enorme com blocos e caixas de lápis para a aula, encher a mala de tecidos,tomar banho e sair de casa sem me pentear (sim pk eu agora tenho cabelo liso,hihi =P), dar uma última inspiradela profunda e absorver o cheiro delicioso que entra pela minha casa adentro da fábrica de bolos no andar de baixo da minha casa, por-me a caminho da universidade e em 5minutos estar lá a pé, absorver cada minutinho de aula e ser sempre a última a sair, ir ter com a ana para ir a cantina, subir até la acima e pensar "será que é hoje que ja vemos a serra branquinha?", irmos distribuir flyers pela rua para logo a noite, ir ao café e só dizer merda e fazer palhaçada, rir...rir...rir sem motivo nenhum,nunca saber onde vou jantar ou com kem, inventar o último gourmet da cozinha internacional com um ramo de salsa, uma batata e 4 salsichas,arranjar-me para ir trabalhar e nunca saber o k vou vestir, ir para o bairro distribuir mais flyers, beber uns finos e ficar à conversa antes de voltar pra discoteca, rir...rir...rir no caminho de volta, bulir das 11h da noite as 6 da manha e divertir-me a cada segundo que passo a trabalhar naquela discoteca marada, sair de lá cansada, às vezes com a dita em cima, as vezes não mas pior do k se estivesse (lol), ir para casa a pé com o pessoal todo enquanto vemos o dia a nascer por trás das montanhas, e sentir aquele frio, ai o frio da covilhã, meu deus que frio....e akela luz amarelada que parece que puseram um filtro no céu ou que está tudo em chamas, céu rosado na linha do horizonte de um rosa como nunca vi,o verde salpicado por todo o lado, os telhadinhos vermelhos e rosa até la baixo, na planície lá em baixo(acentue-se lá em baixo porque vivo no pico da covilhã, ou seja muitos muitos metros de altitude) o nevoeiro acumula-se meio esfumado, denso e branco cobrindo tudo, lembra-me sempre o mar, e de cada vez penso sempre, "meu deus...que paisagem", chegar a casa e tirar o cheiro do tabaco de cima,olhar pela varanda do meu quarto, ver o cavalete lá fora com uma camada fina de humidade da noite, pegar em mim e ir para as aulas as 10h com com três horas de sono mas com um sorriso enorme no rosto. E é o início de um novo dia, e diga-se mais uma vez, mas bem dito como diria grão-mestre Rico ou Fro....we looooove fashion tv(sim, nós os pobres sem net nem tv cabo em casa...lol). Mais novidades pra breve, que muito já me andam a chatear para as dar, tenho que ir cozinhar para alguem e por-me temática para uma qualquer festa rockabilly,sim pk hoje tou de folga e só trabalho amanhã e sábado!!! :)
see you soon
p L.

27/09/07

Até breve


Vou ter saudades dos passeios ao fim do dia, saudades da praia à porta de casa... Troquei os ares do mar pelos ares da serra mas volto um dia destes. Até breve
=)

24/09/07

Uma boa notícia nunca vem só

:)
0400
Universidade da Beira Interior
Vagas 2ª fase


9071: Design de Moda
vagas - 12
pL.

13/09/07

Dia de atirar os foguetes antes de tempo

Segunda é dia de pré-celebração e é também dia de decisões... começar a fazer as malas e encaixotar tudo. Às vezes na vida é preciso saber arriscar, fazer as coisas mesmo sendo o futuro incerto, pois só assim se consegue a segurança de que se tudo correr bem, já está tudo tratado. E a segurança é ter sítio onde dormir e sítio onde trabalhar. Dia 28 de Setembro às 15 horas espero estar no fantástico C3 lilás a caminho da covilhã, a caminho de uma vida nova, da minha vida. Não fui muito à praia este verão, espero que faça sol antes de ir embora, gostava de poder ter a satisfação de fazer essa viagem de narizinho queimado, cara invadida de sardas e sorriso enorme no rosto enquanto seguro o meu saco cheio de búzios, tal qual criança de 7 anos.
O tempo passa a voar mas custa na mesma, a voar passaram 5 anos e agora tenho 18 anos de novo. Siga a marinha que já se faz tarde, mas mais vale tarde do que nunca.
Não se esqueçam de mim. Eu também não vos esqueço. Sabem quem são.

06/09/07

Hommus porcus


Após alguma ponderação, seguida de um desconforto que ultimamente tem sido diário, eis um pequeno resumo de algumas espécies que sinceramente não fazem falta absolutamente nenhuma no nosso planeta. Estejam alerta, porque elas andam por aí. Ora cheiram mal, ora estão banhados em perfume. Ora estão sujos, ora estão vestidos à prostituto da noite. Ora se riem descaradamente, ora fazem aquele ar sério de pseudo-gingão. Qualquer que seja a espécie, os tarados andam por aí, e mais valia estarem extintos.

  1. Em primeiríssmo lugar: pedreiros, trolhas ou assistentes de construção civil. Não proponho a extinção da espécie, mas sim daqueles que insistem em assediar as transeuntes que passam pelos seus locais de trabalho. Porém se fossemos extinguir esses espécimens, penso que restaria apenas 1 por distrito. Começo a perder a esperança de que pérolas como "fazia-te a folha", "levava-te às estrelas", "ó boa" ou o simples "pssst psst" algum dia irão desaparecer. E agora pergunto, o que esperam eles obter com tamanha abordagem? Quero que me apresentem factos, de uma única vez que uma mulher foi assediada por pedreiros, e ela saltou o muro e lhes propôs uma tarde de sexo escaldante a 3 ou mais. De alguma vez que a mulher abordada se terá desnudado e acampado em frente à obra para melhor satisfação e regalo desses funcionários obreiros? Duvido. Ah e as prostitutas e toxicodependentes não contam.

  2. Em segundo lugar, aqueles indivíduos que, enquanto andamos na rua descontraídas no passeio, buzinam e emitem um grunhido que até hoje não consegui decifrar. E o mesmo pergunto, o que pretendem esses indivíduos? Porque insistem em pregar-nos sustos de morte ao buzinarem pelas costas?Alguma vez alguma mulher mandou parar o carro e lhes propôs ser a sua escrava sexual full-time? Duvido.


  3. Aqueles indivíduos que, nas discotecas/bares, insistem em passar muitas vezes pela mesma mulher, mesmo que à volta desta exista um raio de 5 metros de espaço livre, sendo essa passagem sempre efectuada a roçar pela pessoa, ao mesmo tempo que a mão/s acompanha/m esse movimento (estranhamente sempre na zona do peito ou derriére). A isto se chama palpação subtil (para eles, porque as mulheres percebem sempre). Compreendo que estejam tontos do alcoól, mas será mesmo necessário agarrarem firmemente um rabo para passarem de um lado para o outro? Duvido.

  4. Aqueles indivíduos que perguntam "a tua amiga tem namorado?". Haverá coisa mais humilhante e desagradável do que perguntar isso a uma mulher? Para além de ser extremamente fútil, uma vez que são meramente atraídos pela aparência física, colocam também a inquirida no papel de ama-seca feiosa que lá está para servir apenas de intermediária.


  5. Aqueles homens que quando jogam a bola na praia em grupos pequenos, insistem em atirar a bola "acidentalmente" para cima das mulheres, e quando a pontaria é mais certeira, em cheio num qualquer rabiosque virado para o sol.

Se me esqueci de algum...por favor avisem. Que medidas podemos tomar para atenuar estes comportamentos de bestialidade?Abro tamém uma votação para eleger qual dos 5 é o mais porco e incomodativo.

pL.

04/09/07

Desafios e afins

Em resposta ao desafio proposto pelo sr lagarto, aqui está o pedido. O objectivo era pegar no livro que estivesse mais perto, o abrisse na página 161 e transcrevesse a 5ª frase completa dessa página. Pronto sei que escrevi mais do que uma, mas achei uma piada enorme ao que me foi calhar. Confesso que este não foi o primeiro livro que tinha a mão, este estava ao lado de outro, mas quando abri a biblia chamada Movies of the 40´s e abri na página 161, a 5ª linha seria mais ou menos correspondente ao papillon do Gene Kelley (sim, a página inteira era uma foto, lol). Poderia ter transcrito da página antes, mas não sou batoteira!
Eis o que me calhou então:


"Cada noite que passa eu sinto modificar-se uma parte de mim, comecei, por exemplo, a expelir gases constantemente...Peço desculpa...está a ver o que eu queria dizer? A propósito, experimenta isto - e passou a Chamcha um pacote de pastilhas de mentol extra-fortes.Para o teu hálito. Subornei um dos guardas para ele te trazer um fornecimento delas.»


Salman Rushdie, Os Versículos Satânicos


Aqui vem a parte mais difícil, escolher os desafiados. Eles são portanto:

O coleguinha Marc

O sr Canhoto

CP

A menina IG

O menino Anarquista Duval


Para postarem os excertos, é só criarem um novo post nos vossos blogs, e deixarem-mo aqui nos comments também. Vamos ver o que sai daí. Depois, é só fazerem o mesmo que eu vos fiz, a outras 5 pessoas, nas quais não posso estar incluida claro =)


p.s. para quem me perguntar sobre o objectivo disto...é matar a curiosidade sobre os livros que cada um anda a ler (penso eu ora bolas...lol)

Beijinhos e abraços
pL.

03/09/07

Sempre em alta





Parabéns cousin! Sei que não somos irmãos (até porque somos os dois filhos únicos), mas para mim é como se fossemos...Bem, somos os primos mercenários,lol. Desta vez achei por bem escrever por aqui qualquer coisita, mas atenção, não é que não o tivesses merecido ainda! Para os que se perguntam sobre o que estou a falar, é so consultar o link abaixo!
Parabéns mais uma vez...és o orgulho da família ;)
Beijinhos da Mercenária Jr aka ovelha negra (lol)
pL.

27/08/07

Linda Martini

Com umas semanitas de atraso, mas aqui está o meu parecer =)
Apesar de ja terem lançado o album Olhos de Mongol no verão de 2006, a banda portuguesa Linda Martini tem passado despercebida aos olhos de alguns, mas de certeza que tal não aconteceu nesta 15ª edição do Festival Paredes de Coura. Desde o ínicio que ficou bem claro que a banda ia apostar forte na actuação, talvez por serem a banda de abertura do último dia, ou talvez por ser um privilégio tocar no palco do festival mais alternativo de portugal, por onde grandes nomes ja passaram. Não parecendo minimamente incomodados com o mau tempo que até então se havia sentido, os Linda Martini tocaram com intensidade e garra, fiquei agradavelmente surpreendida com a qualidade da banda, (apesar de ser uma ignorante em matéria musical) e posso afirmar com convicção que tocaram brutalmente bem. Não houve pontos baixos na actuação e depois deste concerto, os Linda Martini merecem mesmo que comprem o Olhos de Mongol. Fiquei arrepiada e surpreendida com esta banda que afinal de contas, sempre tem aquele cheirinho de rock progressivo que tanto me agrada. Não podendo deixar de referir a música com que acabaram o concerto, só tenho pena de ainda nao haver imagens no youtube, mas prometo que assim que houver, vão estar aqui coladinhas. Não consegui encontrar o último tema mas deixo-vos com a letra (que atenção, não é deles) e de um vídeo de Amor Combate destes meninos (e menina) que na minha opinião, constituem uma das melhores bandas nacionais que se surgiram nos últimos tempos.
Adeus tristeza, até depois
chamo-te triste porque senti que entre os dois
já não há mais pra fazer ou conversar
chegou a hora de acabar.



E já agora, não custa nada ir ao myspace da banda...=)
http://www.myspace.com/lindamartini
pL.

22/08/07

Apressa-te tempo...


Estou exausta.
Sinto-me desprogramada, quase incapaz de pensar por mim própria. Quando estou cansada dói-me a cabeça e fica tudo branco, entro em modo autómato e saio do modo criativo. As pessoas pedem-me a toda a hora pra lhes fazer coisas, "faz-me isto e aquilo", mas nem com disposição pra criar eu ando. Em tempos idos, não via a hora de chegar a casa para começar a trabalhar, repleta de adrenalina nas veias, só por alguém querer e gostar do que faço. Trabalhava a noite toda, noites a fio só com o barulho do mar lá fora e as osgas a espreitar do lado de fora da janela do meu quarto. Agora levo semanas a fazer uma pulseira de tornozelo...(para os mais leigos, é só enfiar as missangas no fio e meter uma merdinha pendurada) mas não é preguiça...sabem que só a tenho na escola... :)
Um amigo há tempos disse-me "és boa pessoa mas falta-te pulso, deixas os outros pisarem-te". Acho que tens razão, mas não neste sentido, gosto de agradar. Bem, se calhar até sou um bocadinho servil demais às vezes, até porque como já me disseram "nunca deves mostrar a alguém que gostas demais dessa pessoa". Isso faz-me confusão, se gostamos de alguém devemos mostrá-lo, certo? Bem se rebuscar nos meus conhecimentos de psicologices, até faz sentido, há quem goste da luta, há quem goste de não ter as coisas facilitadas, e por outro lado, há quem não goste de nós e se percebem que há amor na costa, põe-se a milhas num piscar de olhos.
Ultimamente ando a adormecer em todo o lado, várias vezes acordo no comboio e dou por mim em Tavira ou noutras localidades bem remotas. Várias vezes esperei que a minha mãe me fosse buscar a uma qualquer tasca à beira da estrada, repleta de cheiro a vinho, porque adormeci e fui parar a cascos de rolha. Mal acordo solto um "MERDA!!" bem alto esquecendo-me que está mais gente ao lado, e toca de esperar por outro comboio para voltar 20km pra trás (às vezes mais). Também tenho adormecido sentada ao computador, e por vezes deixo as pessoas a falar sozinhas...desculpem...lol... Que narcoléptica! Já dizia James Murphy, "but i'm never as tired as when i'm waking up"...e o resto não interessa (não fosse por frases como «i'm sure what we would do, run outside and fuck someone, to show it didn't mean a thing» até espetava aqui com a música :D). Como é possível dormir 8 horas e não descansar, nem cabeça nem corpo? Alguém me explica?
Preciso de dormir mais se calhar, ou apenas de me deitar no sofá a ver televisão, (sim AQUELE sofá pop art, também conhecido como caixote almofadado, mas também, já qualquer um me serve) nem que seja a ver a floribella e as suas maminhas novas (LOL tinha k dizer!!!!!)... também preciso de não trabalhar 7 dias por semana.
Não tenho pintado muito, por vezes começo e não acabo...mas no geral ando mais satisfeita com o meu trabalho, sei a quem o devo ;) Já tenho saudades de irritar a minha mãe ao esburacar a parede com o black&decker, a fazer mais um furo pra por mais uma tela.
Nunca mais chega Outubro, estou farta destes nervos de saber se entro ou não, ando permanentemente com a barriguinha gelada e estou farta de me estafar pra viver mais confortavelmente uma vida que ainda nem sei se vou ter. E se chega a hora e fica tudo na mesma?Não estou pronta para ser a Drª Lara, não quero ser psicóloga...gosto de malucos mas dispenso aturá-los.
Precisava era de uma familia que me apoiasse, de umas palavras ou de uns gestos que mostrem que têm orgulho em mim, mas na falta disso, tenho os amigos que estão mais sorridentes por mim do que eu tenho andado. Desculpa primo, já me esquecia de ti, "primita és a maior" :) essa conta...
Mas sabem, no fundo ainda me consigo rir só por vislumbrar de relance o que espero que esteja para vir. Colegas, amigos, aulas, independência... e uma mesa de cabeceira prestes a ser fabricada com caixas de ovos =)
Esta semana fui à Singer e comprei uma máquina de costura novinha em folha, a melhor que lá estava, e ao contrário do que pensava, não desatei a fazer tudo o que tinha desenhado nos últimos tempos. A muito custo fiz um bolero pra mim (por bolero entenda-se um simulacro de casaco com aproximadamente três palmos de largura, também conhecido no mundo masculino como tapa-ombros, uma das poucas reminiscências dos 80's, mas sem os chumaços e a pele de leopardo). Depois de um dia de trabalho, carreguei com aquilo a pé e no comboio e até casa, e tive até as 2 da manhã a tentar decifrar o funcionamento do espécimen (visto só saber funcionar com o fóssil da minha avózinha), mas la me saiu o casaco jeitoso e melhor que de compra, feito com um pouco dos dois metros de puro algodão branquinho, que comprei por 25 cêntimos nos retalhos do pagapouco =) Viva as peças de tecido com defeito!!
Foi das poucas coisas que me fez sorrir nos último tempos, a primeira peça feita por mim na íntegra, sabe bem melhor do que alinhavar e ainda ter que pagar 20€ para uma costureira a fazer...velhinhas xulas.
Prometo que esta semana vou tentar fazer as coisas que me têm pedido, vou pensar em outubro com optimismo e sorrir motivada.
Dizem que a vida é feita de ciclos, pois olhem, sinto-me no meio de um neste momento, e este turbilhão mais parece o interior de uma máquina de lavar, num daqueles ciclos para lavar os tapetes que têm nódoas difíceis, nomeadamente as de chichi de gato...MAU ÓSCAR!! (clarificando -> torce, espreme, agita com violência...lol). Nunca mais chega a hora de estender a roupa ao fresco, de preferência com vista pra serra!! =)
Chega de metáforas têxteis...lol "Alguém espanque esta mulher!!!!!!!"
Voltei a cortar o cabelo, mais um ciclo, três anos depois, o corte amelie poulain está de volta nesta cabeça despassarada, chamem-me plagiadora ou cliché, quero lá saber, gosto assim =) Se dida aqui estivesse diria que pareço gente da mais fina flor do entulho (não necessita clarificações...lol).
Mesmo assim, dizem que pareço aquelas pessoas que quando caem riem as gargalhadas delas próprias, mesmo estendidas no chão a sangrar, estou mal, mas volta e meia ainda consigo partir a loiça toda! Por acaso no outro dia até parti dois copos...
Bem vou-me deixar de lamúrias, vou jantar com uma grande amiga =)
beijos e abraços a todos =)

p.s. Para quem estiver a pensar no porquê deste post disparatado, ele é a resposta aqueles que me têm perguntado "onde te meteste?!" "por onde andas?" "estás viva?"...estou aqui, só preciso é que puxem por mim um bocadinho!

pL.

09/08/07

Ares da serra

Este fim-de-semana fui à Covilhã dar uma mirada no que espero ser a minha futura casa pelos próximos três anos, e escusado será dizer que as memórias que tinha daquela cidade não eram nenhum delírio de uma noite de copos. A covilhã continua linda. Gostava de poder dizer que descansei bastante, mas não o fiz. Vi imensos apartamentos e o pior é que as ruas/avenidas são quase todas de inclinação praticamente vertical, o que tornou os meus "giros" em autênticas escaladas sob um calor abrasador que rondava os 42º ao sol. Mas como quem corre por gosto não cansa e o orçamento era apertado, resolvi armar-me em turista e mandar o taxi passear (literalmente) e fiz tudinho a pé...O único hotel com vagas era um bocadinho longe da universidade mas ficava só a 10min a pé do centro, no topo de mais uma inclinadíssima colina, mas com uma vista espetacular. A vista da varanda do meu quarto era de tirar a respiração e o quarto era excelente...mas também paguei uma pipa...(já percebo porque só havia vagas nesse). Fez-me bem estar sozinha, ter o primeiro-fim-de semana livre em alguns anos e poder fazer o que queria ao meu próprio ritmo. Pronto quem me conhece já deve tar a imaginar que me perdi dezenas de vezes, e perdi-me!! Mas por falta de perguntar não foi, mas certas vezes mais parecia que estava naquele sketch do gato fedorento dos alentejanos a darem indicações, e em certa altura recordo-me de passar umas 3 horas à procura de uma rua do rodrigo e mais 1.30h à procura de um certo café denominado Marinel. Correcção! Mari-Nel...cuja empregada de balcão (brasileira claro) estava a ser claramente asseadiada por 5 tasqueiros e parecia estar a gostar. É bem. A viagem para cima foi uma merda e a viagem para baixo foi ainda pior, mas a estadia superou-se. Os apartamentos no geral eram velhos, correcção, rústicos (lol) mas eram baratíssimos, rondando os 100€ e os 125€. Após muito andar e subir escadas de inúmeros prédios de 5 andares SEM elevador, encontrei um que gostava razoavalmente. Gaz canalizado, dois elevadores, internet, tv cabo, quarto sem mobília centenária e não ficava no cú de judas nem no topo de uma avenida enorme a 80% de inclinação como a maioria dos que vi, mas sim por cima de um centro comercial no centro, a 5 min da universidade, jardim à porta e transportes!!
Vou morar (se tudo correr bem) com dois rapazes e mais uma rapariga na linda cidade de covilhã =)
Para quem está curioso para ver do que estou a falar, aqui vão algumas fotos...disfrutem, e vão-me visitar!
beijocas
pL.










03/08/07

Jukebox

"A música Indie, frequentemente abreviada como Indie de Independente, é um termo originalmente usado para descrever géneros, estilos e outros atributos culturais da música sendo caracterizada pela sua independência das companhias discográficas mais comerciais e pela sua abordagem autónoma ao modo como escolhem gravar, editar e apresentar a sua música ao público. Desde que surgiu, este termo tem ganho popularidade, e é actualmente utilizado para descrever aquelas bandas cuja música se distancia do considerado comercial/mainstream. Deste modo, não será menos correcto usar esta expressão como um sinónimo de música alternativa ou underground. Indie Rock e Indie Pop são talvez os géneros mais comuns que se inserem neste estilo de som. A diferença entre estes dois não é fácil de estabelecer, uma vez que ambos os géneros usam uma instrumentalidade semelhante, porém, as opiniões a respeito das suas diferenças tem dividido muitas opiniões e não só, existem também os que não concordam com a colocação de um autocolante na testa das bandas. Mesmo assim, existem bandas que claramente pesam mais para um lado, como é o exemplo dos belíssimos Smiths no indie pop".

A pedido de diversas pessoas, aqui estão as ligações para as músicas. Peço desculpa ainda não ter um leitorzinho, mas está a caminho, assim que aprender como se faz...lol...Se alguém eventualmente souber como, agradecia imenso que mo ensinassem =)

A - 1: Just Like Honey
B - 2: Teen Age Riot
C - 3: Wail
D - 4: Gigantic
E - 5: I am a Scientist
F - 6: Freak Scene
G - 7: Summer Babe
H - 8: Black History Month
J - 9: Bigmouth Strikes Again
K - 10: Have You Forgotten

Gostava de por muitas outras bandas, e mais músicas das bandas que aqui estão, mas as minhas mariquices estéticas não me deixaram trespassar os limites da minha Jukebox pequenina...lol Para os fãs incondicionais de certas bandas que aqui estão, peço desculpa não ter posto todas as músicas que sugeriram...fica para a próxima semana, Smells like indie: a sequela =)

Resta-me despedir-me, disfrutem!!

Abraços e beijinhos

pL.

27/07/07

Olá vida

Hoje chorei, mas de alegria. Lembro-me da última vez que chorei de emoção, foi no concerto de Arcade Fire no SBSR, e sinceramente não pensei que isso voltasse a acontecer. Aquelas lagrimas caíram-me juntamente com um sorriso enorme estampado no rosto e uma sensação de êxtase que nunca pensei sentir, foi incrível. Mas não tão incrível como hoje. O dia de hoje superou tudo, largamente!
Há 5 anos atrás entrei em Psicologia, sabia que não era aquilo que queria, sabia que para além de não o querer, que aquilo era algo que era completamente o oposto de mim...mas sinceramente, se não fosse isso era outra coisa qualquer, fosse Inglês, fosse Direito, sempre soube que só me encaixava num sítio, na arte. Estou a breves momentos de me licenciar, e sei que não vou exercer, ponho essa hipótese em último lugar (o lugar do desespero quando tudo o resto falhar, epá preciso de comer, certo?). E porque é que escolhi este caminho então? É certo que ninguém me obrigou, não posso afirmar isso, mas é certo também que não me deixaram fazer mais nada.

Quando me matriculei no 10º ano sabia que queria escolher artes, queria-o tanto tanto...Só de pensar que ia para a escola e não só podia desenhar nas aulas como também era avaliada por isso...até me arrepiei toda, então eu agora vou pra escola e posso fazer o que faço quando tenho um tempinho livre??Queres melhor negócio? Só na worten. Disse aos meus pais que queria inscrever-me no agrupamento de artes porque queria ser estilista, queria estudar design de moda, e aí é que a casa foi a baixo. Só não me chamaram de filha e deu para perceber onde tudo aquilo ia dar, pois foram muito directos, "se vais para artes porque estás com ideias de ir estudar moda, podes tirar o cavalinho da chuva. Sai de casa e sustenta-te sozinha, se quiseres direito ou medicina, conta connosco, mas artes, nem penses." Como diz a Dida: "é bem".

Não gostei do secundário, as disciplinas não me entusiasmaram por aí além apesar das minhas notas até poderem ser consideradas de boas, acho que o facto de não poder sair a lado nenhum ajudava razoavelmente, havia mais tempo para estudar. Consegui tolerar o secundário porque tivemos teatro, mais especificamente, Oficina de Expressão Dramática, e foi desse pequeno mundo e nas pessoas espectaculares que conheci e que ainda hoje adoro, que consegui sugar toda a minha força. Guardo memórias espetaculares desses tempos, que sao hoje tão vivas como foram reais naquelas horas, muito obrigado.

Cheguei ao 12º e durante os três anos passados, tentei não pensar muito no que ia fazer nessa hora quando ela chegasse, mas quando tive que escolher os cursos, foi provavelmente um dos momentos mais tristes da minha vida. Apercebi-me que tinha chegado a hora, tinha que fazer qualquer coisa, mas não queria fazer nada... só queria AQUILO. Imaginam a sensação de ter que pôr por ordem de preferência coisas que não gostam e ter k eleger uma como a favorita? Vejamos, rato morto com ketchup para o jantar -1º, a minha própria mão grelhada-2º...Lamber os pés malcheirosos do meu vizinho-3º. E ainda ter que ter boas notas? Enguli foi um grande sapo... Foi o apogeu! Mentira, o apogeu foi quando "me foi comunicado" que TINHA que ficar em faro, pois não existia uma dose suficiente de confiança na minha pessoa para que eu pudesse disfutar da oportunidade de ir estudar para fora, pois poderia meter-me na heroína ou na prostituição, enfim, essas coisas próprias da idade (lol). Andei aqui enfiada 5 anos da minha vida, estudei por uma vida e sinceramente tenho livros em casa que já nem me lembro de ter lido (dezenas e dezenas, que dinheiro mais mal gasto), mas que as sublinhações extensas, separadores, apontamentos, rascunhos, não me deixam cair em engano: LI-OS.

O que tirei disto tudo para além de saber todas as partes do cérebro humano em latim? Amigos excepcionais e muitas lições de vida, valiosas e indispensáveis, mas que sinceramente poderiam ter sido aprendidas de outra forma. Consegui superar esta bosta de curso graças a quatro pessoas muito especiais que nunca deixaram de puxar por mim, que me tiraram lá do fundo das várias vezes que bati nele, aturaram-me nos meus melhores e piores dias, sempre com muito carinho. Não precisa dizer, há coisas que se sentem à flor da pele, pelas acções...pelos sorrisos, pelas palavras, sei que gostam de mim, obrigada por isso! Obrigada Ruth, Raquel Ana e Cátia.

Deprimi muitas vezes, chorei muitas vezes, gritei demais, praguejei demais, fiz muita merda a mim mesma, tentei sair de casa algumas vezes, mas isso foram árvores que não deram fruto...Por vezes tratei os outros injustamente pela raiva que sentia de tudo isto, a essas pessoas, sabem elas quem são, peço desculpa pelas imensas preocupações que vos dei. Nunca fui uma pessoa forte e as coisas batem-me com facilidade, vou abaixo com facilidade, ou pelo menos ia. Mas gosto de quem sou hoje, e estes anos fizeram de mim quem sou hoje. Podia ter sido feito de outra maneira, mas foi assim, seja destino ou não, aceito o que sou agora, aceito o que me espera, de braços bem abertos. Não me importo que pensem que sou maluca, os malucos também são gente, e já lá vai o tempo em que me preocupava com o que achavam de mim, não gostam vão comprar a outro lado.

Sonhei com isto muitos anos. Pintei os meus sonhos dezenas de vezes, desenhei os meus sonhos dezenas de vezes, vendi sonhos, comprei sonhos e nunca os deixei esmorecer. Porra quero mesmo isto,com todas as minhas forças e com toda a paixão que isto merece! Esperei tantos anos e o que mais temia não aconteceu, não perdi a força, não perdi aquela vontade esmagadora de criar, tenho 23 anos e estou a começar de novo, a minha vida começa agora, e agora, quem manda nela sou eu.

Hoje fui ver a nota do exame de Desenho-A que fiz dia 16, desde dia 16 que não durmo decentemente, acordava a meio da noite, não conseguia adormecer, andava constantemente nervosa e sobressaltada o que é sempre positivo quando se começa um emprego novo, especialmente num café-bar (coisinha leve). Correu-me mal, muito mal. Fiz o exame como aluna externa e era a mais velha da turma, no meio daquela maré de putos, senti-me mais deslocada que nunca. Mesmo sob os olhares desconfiados daquelas pessoas, senti que não devia nada a ninguem, "posso não pertencer aqui, mas isto é só um ponto de passagem, calma" - pensei eu. E funcionou. Mas outras coisas me assombraram nas semanas antes do exame, e nesse dia, nessas 3 horas. Estas pessoas tiveram três anos disto, aulas, testes, professores a ajudar e a corrigir e eu nunca tive aulas, nunca me ensinaram nada, que raio faço eu aqui? Aprendi sozinha, faço as coisas de instinto, de alma, mas quem me diz que o que sei está certo? Nada. Há medida que desenhava e os exercícios iam passando, olhava para os estiradores ao lado, e pra minha surpresa, o que via não só não era nada de especial, como nem sequer era bom. Pensei cá pra mim "what da fuck?"...

Como sou uma pessoa informada, liguei para a Direcção Regional de Educação do Algarve para tentar saber tudo sobre o exame, a senhora foi super prestável e simpática, mas mentiu-me. Basicamente disse-me que o exame era igual a outro que existe (Materiais e Técnicas de Expressão Plástica), mas só com outro nome, então, prestei-me a resolver todos os exames de anos anteriores dessa disciplina. Chego ao exame, de mochila apetrechada de aguarelas, pastéis, carvões, lápis de cor, ceras e tudo k se possa imaginar, como me foi indicado, mas não só nao usei metade como também o exame não tinha nada a ver com o que a senhora me tinha dito, e nesse momento pensei pra mim: lixei-me. Fiz aquela merda de mãos a tremer, sufocada na quase impossibilidade de traçar uma linha direita, naquela corrida contra o tempo de desenhar tanto em tão pouco tempo. Podia jurar que ia chumbar, andei a informar-me sobre os recursos ao exame, pensei no que ia fazer com a minha vida e hoje tive a maior surpresa de sempre. Um 15. E náo só, era a segunda melhor nota da pauta, no meio daquela sopa de notas baixíssimas.

Verifiquei várias vezes e mal conseguia ler o meu nome. Assustei as funcionárias quando comecei a chorar aos saltos no meio da sala de convivio da minha antiga escola. Disseram-me: "calma menina, pró ano tentas de novo", devem ter pensado que era louca quando repeti umas 10 vezes "não acredito que passei, tive 15, estou tão feliz!"

Finalmente senti que valho alguma coisa, porque se fiz aquilo mal e porcamente, imagino se tivesse tido mais meia hora de exame. É estúpido precisar de aprovação alheia pra saber se o que faço é bom ou não, mas nestas cenas das artes, sou muito pouco confiante.

Em outubro devo ir para a covilhã, que graças às fantásticas médias baixíssimas dos anos anteriores, me vão permitir quase de certeza, deslizar graciosamente para os meandros daquele bloco de moda. Estava tranquila se tivesse 9.5, mas com este 15 e a bela media do secundário, os 12.5 do ultimo classificado não me assustam =)

Já tenho parte dos 1000 euros de propinas e espero tê-los até outubro, ando a trabalhar para isso, mas vou ter que me sustentar sozinha, sem ajuda de ninguem e ainda tou pra ver se consigo arranjar emprego compatível com as aulas...a ver vamos.
Acumulei coisinhas ao longo deste ano, pois prometi a mim mesma que não iria desistir, que ia concorrer mal acabasse o curso. Tenho caixotes com talheres, toalhas, até facas do pão e canecas, comprei tudo com amor e esforço e tudo ao meu gosto. É giro ver os meus gostos projectados em coisas da casa, pois nunca pude mexer em nada aki em casa. Vou sair daki e sinto-me melhor do que nunca, sinto-me livre finalmente, já não devo nada aos meus pais, fiz-lhes a vontade.
This is a new day, this is my conquest

p.s. desculpem o tamanho disto, mas também ninguem deve ler, por isso...lol... k se lixe
pL.

26/07/07

Fool me once, shame on you. Fool me twice, shame on me

Parece que cada vez há mais lobos em pele de cordeiro, filhos da mãe com licenciaturas em usar e jogar fora, às vezes até pós-graduações (geralmente na área da verdade camuflada). Flores e sorrisos? Podes mete-las num sitio que eu cá sei. Eu cá não sou descartável, põe-te a milhas.

25/07/07

Time waits for no one but me

Softly spinning around the clock
making my life a living hell
making sure that time goes around
ringing inside my head like a bell

How i wish i could turn all this around
Clean up all this fucking mess in my heart
But the clock keeps tickin' in the same old ground
And i just can't catch up
And it just tears me apart

Smashed my watch with a hammer
Screwed my head with harsh words
Gotta run faster
Gotta fly like the birds

Got all the time in the world
But i keep wasting the one that passes by
Making a mess out of myself
Oh and i just don't know why

And the clock keeps tickin'
Just like an announcement for disappointment
For is sure that i'll screw it up again
'Cause i'm just stuck in the moment

Smashed my watch with a hammer
Screwed my head with harsh words
Gotta run faster
Gotta fly like the birds


Can't help thinkin' time waits for no one but me
Am i really worth it?
That's what we'll see


L.

Quando não há nada para fazer, faz-se qualquer coisa, há quem leia a maria, hoje deu-me pra isto. Ignorem sfv

19/07/07

E porquê?

Porque lidar comigo é difícil e poucas pessoas o sabem fazer, obrigado às que não sabem mas tentam.
Porque sei exactamente o que quero e não faço cedências, mesmo quando me apetece abrir uma excepção, sei que se o fizer vou-me magoar, tem-se verificado nas últimas 5 vezes.
Porque em 70% das vezes, os conselhos dos outros só me metem em sarilhos, tem-se verificado nas últimas 10 vezes.
Porque sou directa e gosto que sejam assim comigo, levo a mal se não forem.
Porque percebo quando me mentem, mesmo que finja que não, se o fizer é porque acho que não vale a pena chatear-me.
Porque falo pelos cotovelos e adoro conversar, quando for velhinha e frágil,uma boa conversa é a melhor coisa que me vai restar.
Porque não tenho vergonha de quem sou, mas também nao me importava de ser a Claudia Schiffer.
Porque gosto que me critiquem, há sempre espaço para a mudança, especialmente se for para melhor.
Porque ainda ligo demasiado ao que os outros pensam de mim, daí às vezes ser estranha e dizer coisas estranhas.
Sou nervosa e sensível, há quem diga que tudo me afecta como se não tivesse uma camada de pele.
Porque me preocupo demasiado com pormenores quando ha problemas maiores no ar.
Porque quero fazer tudo, o que faço bem e o que faço mal.
Porque não me consigo desligar desta necessidade de agradar a todos, às vezes as minhas intenções são mal interpretadas, não espero nada em troca.
Porque quando às vezes é bem melhor estar calado, eu tenho sempre que dizer mais qualquer coisa, geralmente é essa coisa que derrama o copo.
Porque gosto de rir, faz-me sentir viva, apesar de só dizer piadas secas.
Porque gosto de abraços, transmitem carinho, é bom saber que não estou sozinha.
Porque há coisas que não se devem desenterrar, se estão lá, é porque já tiveram o seu tempo e hora.
Porque a dor é algo indissociável da vida, devia enfrentar mas evito e talvez esteja a perder coisas fantásticas.
Tenho muita garra para o que gosto, nunca desisto do que quero, mesmo que passem anos, volto sempre a tentar de novo, a vida tem muitos rounds, recuso-me a ficar k.o. depois de uma derrota.
Porque como um dia me disseram, sou inculta porque não percebo nada de política, futebol e geografia. Que se lixe, não sou mais feliz por saber o que anda a fazer o nosso ministro dos negócios estrangeiros, quais as novas contratações do belenenses, nem quantos kilómetros dista Barcelona de Faro.
Porque me arrependo de muito poucas coisas na vida, e vocês?

14/07/07

Caixinha dos tesouros

Hoje apetece-me gritar, espernear, amuar...tudo por uma bolsa de canetas e lápis. Pode parecer tremendamente fútil e materialista ficar tão abalada por causa de objectos, simples coisas que não são nada mais do que bens materiais, mas eu penso de forma diferente. Ficar sem algo que sempre nos acompanhou é muito mais que desagradável, é triste. Um objecto é muito mais que o valor económico a ele associado, tem alma própria, e com ele, aquele rol de memórias dos momentos passados. Há quem diga "depois compras outro igual", mas no fundo todos nós sabemos que não é o mesmo. Já tentei fazer isso antes, voltar a comprar akela coisa especial, na esperança de a ter de volta para mim e de me apaixonar de novo por ela, mas admitamos, não é o mesmo.
A minha bolsa era enorme, em plástico transparente às bolinhas cor-de-rosa de todos os tamanhos. Havia sido descaradamente "cravada" a uma menina de promoções de bolachas no supermercado, e dentro dela estava tudo o que precisava para me aguentar nos piores momentos, os meus materiais de desenho. Desde muito miuda coleccionei canetas, lápis, borrachas, separadores de livros...lembro-me de estar na primeira classe e andar com um estojo recheado, que mais parecia um tumor que a pobre mochila havia ganho na bolsa da frente. Mal sabia escrever, mas ja sabia desenhar e já sabia o que queria ser. Hoje em dia o vício perdura e nunca jogo nada fora, nem os pobres lápis afiados até à exaustão, mais pequenos que uma beata de cigarro. Não os jogo fora e guardo-os porque me acompanharam em momentos excelentes, carregam suor e lágrimas e recordações de vistas fantásticas. Tenho e sempre tive muita dificuldade em separar-me das minhas coisas, talvez por isso quando viajo, levo a casa às costas, desde fronhas de almofadas, com o cheio de casa a meia dúzia de velinhas de cheiro. Quem me conhece sabe que adoro desenhar, é a única coisa que sei fazer na vida, e, mal ou bem, é a única coisa realmente minha que estará cá sempre para me lembrar de quem sou. Recordo-me da minha bolsa cheia de pequenas coisas cheias de significado, pequenas coisas que me tinham oferecido, pequenas coisas que havia comprado para mim e até algumas extravagâncias para as quais juntei durante semanas para as comprar...Cabia um mundo lá dentro, não só feito de objectos, mas feito de todo o carinho que tinha por eles, e esse carinho, mais do que o dinheiro que as coisas custaram, tem um valor inestimável. Mais valia ter sido a carteira cheia de dinheiro a ir à vida, acho que me custava menos...É óbvio que posso ir a papelaria e gastar tudo o que tenho (que neste momento é nada...lol) a tentar repor pelo menos uma pequena parte dessas coisas, lápis sem fim, carvões, lapiseiras e canetas de todos os tamanhos cores e feitios...o material de desenho é substituível, caro, mas substituível...agora as coisas que já não se fazem, as pequenas prendinhas, os miminhos...essas são insubstituíveis. Recordo-me de ver as minhas amigas sempre a mexer nos meus estojos e recordo-me de as irritar visceralmente quando escavava túneis sem fim por eles adentro, fazendo uma barulheira em plena aula, só para encontrar "aquela" caneta. Levei muita cotovelada e ouvi muitos "ó mulher usa uma qualquer!".
Parece que nesse e noutros aspectos nunca cresci muito e sou ainda um bocado menina, apegadíssima à minha colecção de borrachas, na qual figuravam com orgulho os meus moranguinhos e as borrachinhas da mafalda...Mais recentemente a mãe de um amigo ofereceu-me um estojo que adorava, que passei a levar para todo o lado, um estojo dentro do estojo, sim, carrego com muita tralha na mala...lol. Lembro-me claramente do dia em que o recebi, quando ensopada até aos ossos sob aquela chuva do norte, estilo dilúvio, atravessei as vastas ruas de braga sem guarda-chuva, pensando que me ia afogar naquela água que fustigava como um estalo na cara.
Esse estojo laranja tornou-se o orgulhoso portador de toda a minha "quinquilharia" das explicações de geometria descritiva, desde os compassos às infindáveis lapiseiras e borrachas, o certo é que ninguem reclamava, não fosse haver sempre alguém que precisava de alguma coisa. Como diz um amigo, "não és infantil, és amorosa", lamento desiludir-te, mas sou mesmo infantil, e ingénua, especialmente por pensar que alguém liga a isto. Amorosa ou não, não penses que me esqueço da tua cara de horror estilo hitchcock quando me apanhaste a limpar borrachas e canetas com limpa vidros, alcoól e cotonetes...lol. Tantas vezes tiveste que me aturar a mostrar-te aquela caneta horrorosa em madeira pintada, com a cabeça do chinês que abanava. Era feia, velha, gozavam com ela, mas caramba que escrevia bem!Tantas foram as vezes que lhe mudei a carga... e que delicia era fazer frequências com ela e irritar a gaja ao lado a baloiçar a cabeça do "alôz xau xau" sob aquele ruído dóing dóing que desconcentrava qualquer um...desculpem, relaxava-me!
Só me resta começar de novo, continuar com esta parvoíce infantil que é só minha e tentar arranjar mais moranguinhos perfumados para me deliciar. Obrigada andré pela foto da Marlene Dietrich e do lápis gigante de casca de árvore. Quem melhor que tú me compreende?
Sei perfeitamente que há problemas maiores no mundo, e até eu os tenho de sobra infelizmente, tudo isto parece fútil e superfluo, mas porra...tou triste...
p.s. segunda feira exame nacional de Desenho-A e tou desfalcada, quem faz uma vaquinha e me oferece uns lápis?

02/07/07

52ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza

Mais um ano, mais uma edição da exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, que na sua 52ª edição, continua a levar à belíssima cidade italiana, o que melhor se faz na arte contemporânea à escala mundial. Patente até 21 de Novembro de 2007, esta exposição tem como título "Think with the senses - feel with the mind: art in the present tense" e promete brindar o público com obras irreverentes e provocadoras de alguns dos melhores artistas da actualidade.
A exposição de veneza realiza-se desde 1895 e é a bienal de arte mais popular do mundo, tendo também sido a primeira a surgir neste domínio. Pela primeira vez desde que se realiza, este evento tem um curador americano, o crítico de arte Robert Storr, que previamente desempenhou funções como curador chefe no prestigiado MoMA (Museum of Modern Art) em Nova Iorque. Este evento conta com centenas de artistas de todo o mundo, tendo atingido nesta edição o número record de 76 participações nacionais e de 34 eventos colaterais que têm lugar no giardini, no arsenale e em muitas outras zonas da cidade de Veneza.
Ângela Ferreira é a artista portuguesa que representa
o nosso país neste evento, estando a representação oficial, organização e produção da mesma, a cabo do Instituto das Artes e sendo esta ainda, comissariada por Jürgen Bock.
Ângela Ferreira expõe regularmente desde 1990. O seu trabalho é motivado por questões de natureza política, a partir das quais desenvolve uma análise sobre as relações e influências da história, em particular da História da Arte, na arte contemporânea, utilizando o potencial comunicativo da arte neste processo de negociação. As apelativas esculturas modernistas de Ângela Ferreira são frequentemente combinadas com textos, fotografias ou vídeos, propondo um conjunto de refleções sobre o que se tem considerado como "dados adquiridos" na História da Arte. Com o projecto Maison Tropicale, a artista traça uma reflecção sobre a história colonial e as suas ressonâncias pós e neocoloniais. A Exposição portuguesa realiza-se pela primeira vez no Fondaco Marcello, um espaço de excelente visibilidade localizado na margem do Grande Canal, entre as pontes da Accademia e de Rialto.
Eis algumas das peças.



Angelo Filomeno-Italia (A philosopher shits under a tree)



Gerhard Richter-Alemanha (Sem Título)


Hyungkoo Lee-Koreia (Peça da colecção "The objectual series")

26/06/07

Muse - Stockholm syndrom

Tinha que partilhar este...vídeo e música excelentes!Enjoy

23/06/07

Qual o futuro do amor?

É verdade que estamos no século XXI, tudo progride, tudo avança... ou pelo menos quase tudo. Dou por mim a pensar que há certas coisas que deviam ficar estáticas no tempo, certos princípios que deviam permanecer inalteráveis para sempre. É certo que ao longo dos tempos sempre houve dor, mentira, mágoa, tristeza, mas não consigo deixar de sentir que cada vez mais as pessoas se espezinham a troco de nada, se magoam a troco de nada, enquanto fazem tudo isto com um sorriso nos lábios e um olhar de relance por cima do ombro. Às vezes penso que para ser normal e para que não me vejam como uma "weirdo", tenho que atropelar tudo e todos, agir com indiferença, caminhar de queixo erguido, ignorar os sentimentos dos outros. Desculpem mas recuso-me a viver num mundo em que os homens tratam as mulheres como merda e elas não só parecem gostar, como também isso parece não as afectar minimamente. E qual é a explicação? Estão habituadas. Cada vez que pensarem que a mulher se emancipou consideravelmente ao longo dos tempos, pensem de novo, pois a única coisa que conquistámos ao longo do tempo foi o direito de voto e o facto de podermos usar saias pelas virilhas na rua e não sermos chamadas de putas. Não estou a pensar montar aqui um discurso pseudo-feminista, nem a defender as mulheres de nada, porque se há uma coisa que a vida me ensinou, é que não há vitimas, só sobreviventes. O que me parece é que os homens não sabem o que querem e as mulheres andam ao sabor da maré, cedendo atónitamente a tudo o que se lhes afigura. Perguntem a qualquer mulher, "o que queres de uma relação?", a mulher que está sozinha, enverga os seus princípios até puder, até chegar alguem que não pensa da mesma maneira e os princípios vão todos à fava. E porquê? Desculpem minhas amigas mas as mulheres estão desesperadas, custa a admitir, custa a ver, custa a encarar, mas é tão claro e tão óbvio. Como um grande amigo sempre disse, "basta meia hora de música e já está". Meia hora de música, meia hora de conversa que vocês querem ouvir, de frases que há tanto esperam ouvir, da atenção que há tanto tempo querem só para vocês, e os princípios vão todos ao ar, esquecem-se do que queriam, e a partir deste momento, em que as defesas baixam,qualquer um serve. Vivemos numa sociedade em que infelizmente as pessoas são conformistas demais, em que as pessoas vêm o "estar sozinho" como um vírus ou uma qualquer doença a evitar. Está bem que vivemos numa sociedade de consumo, mas o que me parece é que ainda ninguem se lembrou de começar a consumir amor, e o triste resultado são os namoros "fast-food", que pouco ou nada têm de amor. Começam tão rápido como o pedido na caixa e acabam tão rapido como quando se aborrecem ou conhecem alguém melhor. E parar para pensar?A mim soa-me bem, parar para pensar se devemos começar uma coisa cujo futuro é demasiado incerto ou na qual não vêm futuro nenhum. Para quê andar por andar? Para quê comer um hoje a amanhã outro? Será que já ninguem valoriza o "click", a ligação sentimental, a empatia entre duas pessoas? Gostava de acreditar que as coisas não se reumem a umas mamas grandes e a um sorriso engraçado, mas infelizmente é isso que vejo por toda a parte. Começando pelas curtes e os amigos coloridos, essa tal espécie de test drive antes de comprar o carro, mas que curiosamente nunca acaba com uma compra. Miúdas, chega de se deixarem enganar pelo "grande querido" (já dizia a minha Dida) que diz que vos adora, vos salta pra cueca e desaparece sem deixar rasto. Sejam exigentes, sejam pacientes porque a pressa é a inimiga da perfeição e sinceramente...mais vale estar só do que mal acompanhado. A auto - estima é a melhor coisa que a mulher pode resgatar de sí própria, ao amar-se a sí própria e ao respeitar-se a sí própria primeiro que tudo, estão a dar o primeiro passo para algo muito positivo. Nesta sociedade de relações desligadas, de promessas distantes e infidelidades, não há lugar para o amor enquanto as pessoas não estiverem dispostas a procurá-lo. Procurá-lo em palavras e desejos sinceros, por mais ridículos que pareçam, não tendo medo da solidão que por vezes passa por todos nós, porque ela assim o é, passageira, se o desejarmos. Já dizia o morrissey, some girls are bigger than others, ah pois são, mas onde estão elas?

Sinto falta do amor romântico, do amor puro, sem segundas intenções, sem mentiras e trapaceirices, amor a dois e não a três, sem rodeios, sem traições, sem dor e sem mágoa. Sinto falta do que nunca tive, e ao mesmo tempo não vejo a hora de o ter, e assim deviamos ter todos nós. Seja na pureza e sinceridade de um olhar, seja num "gosto mesmo de ti rapariga!", seja num beijo envergonhado, sinto falta de tudo isso, e não vejo a hora de acordar deste sonho estúpido de 23 anos em que as mulheres fazem tudo para que gostem delas, sem uma réstia de amor próprio.

Quando é que o mundo ficou assim?

Espero que isto toque alguém, porque já vai estando na hora, e pra me despedir, o sam vai tocar para vocês, play it sam...

12/06/07

A Pantera cor-de-rosa e o gato pelado

Riscos e Rabiscos
Por vezes é difícil para algumas pessoas, a compreensão da mensagem subjacente a certos estilos de arte, não obstante da mesma estar de acordo ou não com um estilo pessoal preferencial. Para muitas pessoas, grafitti ou stencil não é arte, pois para mim tambem não o é, a partir do momento em que a imagem criada não atinge certos padrões de qualidade que me façam sentir que de facto, tal imagem envolve alguma técnica por ou algum significado. Mas não só. Certamente não é necessário dar muito à manivela aos nossos modestos cérebros para compreendermos que existem diferenças significativas entre um tag (assinatura personalizada de um determinado artista) feito numa parede de uma estação de correios ou de um jardim de infância, e um stencil alusivo à necessidade de mais apoio social e económico para com as camadas mais desfavorecidas da nossa sociedade.
A questão é que grande parte das imagens que são vistas nas paredes, muros e ruelas das nossas cidades, muitas das vezes não passam de meros "gatafunhos e rabiscos", no verdadeiro sentido da palavra. Infelizmente, existem ainda muitos pseudo-artistas que pensam que uma mochila de latas de tinta e um punhado de emoções revoltadas contra os pais ou a escola, fazem dele um artista digno de expor nas "melhores paredes" das nossas cidades.
Muitas pessoas associam os gangs aos grafittis e aos tags, o tal pessoal que costumamos ter medo, associamos a vândalos e a renegados sociais. Os tags que estes fazem, são muitas das vezes usados para marcar território e comunicar, mas há que ver que isto não pode ser considerado arte e não tem qualquer tipo de mensagem política ou social útil para quem por eles passa diariamente. Um TAG é diferente de um STENCIL com motivos políticos e intervencionistas, vejam as imagens abaixo, é caso para dizer que não se pode comparar um gato pelado com a pantera cor-de-rosa.

Imagem 1 (esquerda): TAG, artista desconhecido, Mensagem:??,Objectivo:??
Imagem 2 (direita): STENCIL, artista: Banksy
Mensagem: apelo ao fim da violência em manifestações
Objectivo: Sensibilizar as pessoas que passam por esta imagem
Street art: faz-se na rua, vê-se na rua
Compreendo que para muitas pessoas seja desagradável e difícil lidar com os grafittis e stencils, não só porque estéticamente muitas vezes não têm qualidade, como também porque são feitos em locais como moradias privadas ou edifícios públicos. São "desagradáveis à vista" porque na maioria das vezes a mensagem não apela a mais ninguém sem ser a quem os fez. Portanto, para que servem os tags? E a quem servem? Pois, servem a quem os faz e para comunicar com quem a eles está ligado.
Falando ainda de grafittis e stencils, estes dois estilos são inseridos na categoria de STREET ART, ou seja, arte que é realizada e exposta na rua, que por conseguinte, é pública por algum motivo: passar a mensagem às massas, e que local melhor do que a rua para passar uma mensagem que chegue ao maior número de pessoas possível? Qual é o objectivo de fazer um stencil com motivos políticos anti-guerra, pintado nas paredes do nosso "quintal grande"?
Perante o crescente número de guerras e conflitos, especialmente no médio-oriente, é natural que muitos artistas sintam a necessidade de se expressar de uma forma mais pública, pois um stencil é mais permanente do que uma manifestação na rua, e cada um de nós deve tentar apelar aos outros e exprimir os nossos ideais como melhor sabe.
Muitos artistas partilham idealogias semelhantes, seja o anti-consumismo, o comunismo, a paz, igualdade de oportunidades ou os direitos humanos, porém, alguns artistas são fracos em idealogias e primam pelo vandalismo e danificação de propriedade pública por despeito ou por divertimento. Há que saber diferenciá-los e saber reconhecer o valor de cada um deles, quer estes o tenham ou não.
Penso que uma questão muito importante, é a escassez de paredes autorizadas em que os artistas possam apresentar o seu trabalho, e esta escassez é real. O governo afirma que existem paredes autorizadas, porém não existem em número suficiente, talvez pela dificuldade que há em assumir e aceitar o grafitti como uma forma de arte, ou talvez por se sentir ameaçado pelas mensagens subliminares ou mesmo directas que nele possam ser expressadas. Chamo então a atenção para as mensagens pacifistas anti-guerra, e para as mensagens anti-consumismo e anti-capitalismo, e para o facto de que muitos dos stencils realizados por Banksy possam não ser do agrado do governo do reino unido, por contrariar os princípios pelos quais este se rege, como por exemplo, o descarado luxo e extravagância no modo de vida da familia real, enquanto uma grande fatia social da população inglesa vive no limiar da pobreza.
Alguns Factos

O grafitti não é algo de novo na sociedade, e existe desde o tempo de civilizações como a Grécia antiga ou o império Romano. Esta forma de expressão artística sofreu mudanças ao longo do tempo até evoluir para o que é considerado o "grafitti moderno". Mas algo manteve-se sempre imutável: o facto de esta forma de arte poder ser usada para comunicar mensagens políticas e sociais. É tambem importante alertar para o facto que o grafitti BEM FEITO é considerado uma forma de arte moderna nos dias de hoje, sendo possível vê-los em galerias por todo o mundo.
Muitos críticos de arte começaram a atribuir valor artístico a ALGUNS grafittis e a reconhecê-los como uma forma de arte pública, livre de custos e acessível a qualquer pessoa. De acordo com muitos investigadores, este tipo de arte pública, é de facto uma ferramenta eficaz de emancipação social e como meio de antigir determinados objectivos políticos. Os murais em Belfast e em Los Angeles oferecem outro exemplo de reconhecimento oficial do grafitti "bem feito" enquanto forma de arte. Em época de maior conflito, estes murais ofereceram um meio de comunicação e de expressão para os membros de comunidades socialmente ou racialmente divididas, tendo também provado o seu valor como ferramenta eficaz no estabelecimento de um diálogo ponderado entre lados. O Muro de Berlim também foi extensamente coberto de grafittis que reflectiam a pressão social e o desagrado em relação ao governo em vigor.

Mirko Reisser (2005). Obra exposta em galeria alemã.