26/06/07

Muse - Stockholm syndrom

Tinha que partilhar este...vídeo e música excelentes!Enjoy

23/06/07

Qual o futuro do amor?

É verdade que estamos no século XXI, tudo progride, tudo avança... ou pelo menos quase tudo. Dou por mim a pensar que há certas coisas que deviam ficar estáticas no tempo, certos princípios que deviam permanecer inalteráveis para sempre. É certo que ao longo dos tempos sempre houve dor, mentira, mágoa, tristeza, mas não consigo deixar de sentir que cada vez mais as pessoas se espezinham a troco de nada, se magoam a troco de nada, enquanto fazem tudo isto com um sorriso nos lábios e um olhar de relance por cima do ombro. Às vezes penso que para ser normal e para que não me vejam como uma "weirdo", tenho que atropelar tudo e todos, agir com indiferença, caminhar de queixo erguido, ignorar os sentimentos dos outros. Desculpem mas recuso-me a viver num mundo em que os homens tratam as mulheres como merda e elas não só parecem gostar, como também isso parece não as afectar minimamente. E qual é a explicação? Estão habituadas. Cada vez que pensarem que a mulher se emancipou consideravelmente ao longo dos tempos, pensem de novo, pois a única coisa que conquistámos ao longo do tempo foi o direito de voto e o facto de podermos usar saias pelas virilhas na rua e não sermos chamadas de putas. Não estou a pensar montar aqui um discurso pseudo-feminista, nem a defender as mulheres de nada, porque se há uma coisa que a vida me ensinou, é que não há vitimas, só sobreviventes. O que me parece é que os homens não sabem o que querem e as mulheres andam ao sabor da maré, cedendo atónitamente a tudo o que se lhes afigura. Perguntem a qualquer mulher, "o que queres de uma relação?", a mulher que está sozinha, enverga os seus princípios até puder, até chegar alguem que não pensa da mesma maneira e os princípios vão todos à fava. E porquê? Desculpem minhas amigas mas as mulheres estão desesperadas, custa a admitir, custa a ver, custa a encarar, mas é tão claro e tão óbvio. Como um grande amigo sempre disse, "basta meia hora de música e já está". Meia hora de música, meia hora de conversa que vocês querem ouvir, de frases que há tanto esperam ouvir, da atenção que há tanto tempo querem só para vocês, e os princípios vão todos ao ar, esquecem-se do que queriam, e a partir deste momento, em que as defesas baixam,qualquer um serve. Vivemos numa sociedade em que infelizmente as pessoas são conformistas demais, em que as pessoas vêm o "estar sozinho" como um vírus ou uma qualquer doença a evitar. Está bem que vivemos numa sociedade de consumo, mas o que me parece é que ainda ninguem se lembrou de começar a consumir amor, e o triste resultado são os namoros "fast-food", que pouco ou nada têm de amor. Começam tão rápido como o pedido na caixa e acabam tão rapido como quando se aborrecem ou conhecem alguém melhor. E parar para pensar?A mim soa-me bem, parar para pensar se devemos começar uma coisa cujo futuro é demasiado incerto ou na qual não vêm futuro nenhum. Para quê andar por andar? Para quê comer um hoje a amanhã outro? Será que já ninguem valoriza o "click", a ligação sentimental, a empatia entre duas pessoas? Gostava de acreditar que as coisas não se reumem a umas mamas grandes e a um sorriso engraçado, mas infelizmente é isso que vejo por toda a parte. Começando pelas curtes e os amigos coloridos, essa tal espécie de test drive antes de comprar o carro, mas que curiosamente nunca acaba com uma compra. Miúdas, chega de se deixarem enganar pelo "grande querido" (já dizia a minha Dida) que diz que vos adora, vos salta pra cueca e desaparece sem deixar rasto. Sejam exigentes, sejam pacientes porque a pressa é a inimiga da perfeição e sinceramente...mais vale estar só do que mal acompanhado. A auto - estima é a melhor coisa que a mulher pode resgatar de sí própria, ao amar-se a sí própria e ao respeitar-se a sí própria primeiro que tudo, estão a dar o primeiro passo para algo muito positivo. Nesta sociedade de relações desligadas, de promessas distantes e infidelidades, não há lugar para o amor enquanto as pessoas não estiverem dispostas a procurá-lo. Procurá-lo em palavras e desejos sinceros, por mais ridículos que pareçam, não tendo medo da solidão que por vezes passa por todos nós, porque ela assim o é, passageira, se o desejarmos. Já dizia o morrissey, some girls are bigger than others, ah pois são, mas onde estão elas?

Sinto falta do amor romântico, do amor puro, sem segundas intenções, sem mentiras e trapaceirices, amor a dois e não a três, sem rodeios, sem traições, sem dor e sem mágoa. Sinto falta do que nunca tive, e ao mesmo tempo não vejo a hora de o ter, e assim deviamos ter todos nós. Seja na pureza e sinceridade de um olhar, seja num "gosto mesmo de ti rapariga!", seja num beijo envergonhado, sinto falta de tudo isso, e não vejo a hora de acordar deste sonho estúpido de 23 anos em que as mulheres fazem tudo para que gostem delas, sem uma réstia de amor próprio.

Quando é que o mundo ficou assim?

Espero que isto toque alguém, porque já vai estando na hora, e pra me despedir, o sam vai tocar para vocês, play it sam...

12/06/07

A Pantera cor-de-rosa e o gato pelado

Riscos e Rabiscos
Por vezes é difícil para algumas pessoas, a compreensão da mensagem subjacente a certos estilos de arte, não obstante da mesma estar de acordo ou não com um estilo pessoal preferencial. Para muitas pessoas, grafitti ou stencil não é arte, pois para mim tambem não o é, a partir do momento em que a imagem criada não atinge certos padrões de qualidade que me façam sentir que de facto, tal imagem envolve alguma técnica por ou algum significado. Mas não só. Certamente não é necessário dar muito à manivela aos nossos modestos cérebros para compreendermos que existem diferenças significativas entre um tag (assinatura personalizada de um determinado artista) feito numa parede de uma estação de correios ou de um jardim de infância, e um stencil alusivo à necessidade de mais apoio social e económico para com as camadas mais desfavorecidas da nossa sociedade.
A questão é que grande parte das imagens que são vistas nas paredes, muros e ruelas das nossas cidades, muitas das vezes não passam de meros "gatafunhos e rabiscos", no verdadeiro sentido da palavra. Infelizmente, existem ainda muitos pseudo-artistas que pensam que uma mochila de latas de tinta e um punhado de emoções revoltadas contra os pais ou a escola, fazem dele um artista digno de expor nas "melhores paredes" das nossas cidades.
Muitas pessoas associam os gangs aos grafittis e aos tags, o tal pessoal que costumamos ter medo, associamos a vândalos e a renegados sociais. Os tags que estes fazem, são muitas das vezes usados para marcar território e comunicar, mas há que ver que isto não pode ser considerado arte e não tem qualquer tipo de mensagem política ou social útil para quem por eles passa diariamente. Um TAG é diferente de um STENCIL com motivos políticos e intervencionistas, vejam as imagens abaixo, é caso para dizer que não se pode comparar um gato pelado com a pantera cor-de-rosa.

Imagem 1 (esquerda): TAG, artista desconhecido, Mensagem:??,Objectivo:??
Imagem 2 (direita): STENCIL, artista: Banksy
Mensagem: apelo ao fim da violência em manifestações
Objectivo: Sensibilizar as pessoas que passam por esta imagem
Street art: faz-se na rua, vê-se na rua
Compreendo que para muitas pessoas seja desagradável e difícil lidar com os grafittis e stencils, não só porque estéticamente muitas vezes não têm qualidade, como também porque são feitos em locais como moradias privadas ou edifícios públicos. São "desagradáveis à vista" porque na maioria das vezes a mensagem não apela a mais ninguém sem ser a quem os fez. Portanto, para que servem os tags? E a quem servem? Pois, servem a quem os faz e para comunicar com quem a eles está ligado.
Falando ainda de grafittis e stencils, estes dois estilos são inseridos na categoria de STREET ART, ou seja, arte que é realizada e exposta na rua, que por conseguinte, é pública por algum motivo: passar a mensagem às massas, e que local melhor do que a rua para passar uma mensagem que chegue ao maior número de pessoas possível? Qual é o objectivo de fazer um stencil com motivos políticos anti-guerra, pintado nas paredes do nosso "quintal grande"?
Perante o crescente número de guerras e conflitos, especialmente no médio-oriente, é natural que muitos artistas sintam a necessidade de se expressar de uma forma mais pública, pois um stencil é mais permanente do que uma manifestação na rua, e cada um de nós deve tentar apelar aos outros e exprimir os nossos ideais como melhor sabe.
Muitos artistas partilham idealogias semelhantes, seja o anti-consumismo, o comunismo, a paz, igualdade de oportunidades ou os direitos humanos, porém, alguns artistas são fracos em idealogias e primam pelo vandalismo e danificação de propriedade pública por despeito ou por divertimento. Há que saber diferenciá-los e saber reconhecer o valor de cada um deles, quer estes o tenham ou não.
Penso que uma questão muito importante, é a escassez de paredes autorizadas em que os artistas possam apresentar o seu trabalho, e esta escassez é real. O governo afirma que existem paredes autorizadas, porém não existem em número suficiente, talvez pela dificuldade que há em assumir e aceitar o grafitti como uma forma de arte, ou talvez por se sentir ameaçado pelas mensagens subliminares ou mesmo directas que nele possam ser expressadas. Chamo então a atenção para as mensagens pacifistas anti-guerra, e para as mensagens anti-consumismo e anti-capitalismo, e para o facto de que muitos dos stencils realizados por Banksy possam não ser do agrado do governo do reino unido, por contrariar os princípios pelos quais este se rege, como por exemplo, o descarado luxo e extravagância no modo de vida da familia real, enquanto uma grande fatia social da população inglesa vive no limiar da pobreza.
Alguns Factos

O grafitti não é algo de novo na sociedade, e existe desde o tempo de civilizações como a Grécia antiga ou o império Romano. Esta forma de expressão artística sofreu mudanças ao longo do tempo até evoluir para o que é considerado o "grafitti moderno". Mas algo manteve-se sempre imutável: o facto de esta forma de arte poder ser usada para comunicar mensagens políticas e sociais. É tambem importante alertar para o facto que o grafitti BEM FEITO é considerado uma forma de arte moderna nos dias de hoje, sendo possível vê-los em galerias por todo o mundo.
Muitos críticos de arte começaram a atribuir valor artístico a ALGUNS grafittis e a reconhecê-los como uma forma de arte pública, livre de custos e acessível a qualquer pessoa. De acordo com muitos investigadores, este tipo de arte pública, é de facto uma ferramenta eficaz de emancipação social e como meio de antigir determinados objectivos políticos. Os murais em Belfast e em Los Angeles oferecem outro exemplo de reconhecimento oficial do grafitti "bem feito" enquanto forma de arte. Em época de maior conflito, estes murais ofereceram um meio de comunicação e de expressão para os membros de comunidades socialmente ou racialmente divididas, tendo também provado o seu valor como ferramenta eficaz no estabelecimento de um diálogo ponderado entre lados. O Muro de Berlim também foi extensamente coberto de grafittis que reflectiam a pressão social e o desagrado em relação ao governo em vigor.

Mirko Reisser (2005). Obra exposta em galeria alemã.

08/06/07

Poder Subversivo

«A lot of people never use their initiative because no-one told them to.»

O que é Banksy? Ou melhor, quem é Banksy? Resposta simples, redutora e manifestamente não-original: trata-se de um artista urbano de nacionalidade britânica que se exprime através de stencils e grafittis e raramente se deixa fotografar, embora nem por isso deixe de ser mundialmente famoso, no bom sentido do termo. Ou seja, "famoso", essencialmente pelo seu trabalho, pela sua arte-intervenção, exibida de forma totalmente gratuita nas paredes sujas, ruelas estreitas e becos sem saída das grandes urbes industriais britânicas, ou em lugares tão inóspitos quanto os territórios "ocupados" palestinianos; e não pelas suas origens genealógicas, mero status social ou algo do mesmo género feudal.
Subversão e provocação são duas palavras-chave em Banksy, dois tipos de acção que não agradam nada à habitual horda aristocrática, pedante e conservadora de puristas, moralistas, elitistas e vários outros senhores "istas" a quem Banksy responde com uma das suas melhores armas, o sarcasmo: «o grafitti não é a mais baixa forma de arte, apesar de termos de andar escondidos à noite e mentir à nossa mãe. É na verdade a mais honesta forma de arte ao nosso dispor.»


Uma deliciosa ironia que remete para um dos seus muitos inimigos de estimação: os museus de arte, santuários do "bom gosto" institucionalizado que Banksy se divertiu a profanar há uns tempos atrás. Saltou então para as páginas dos jornais ao colocar trabalhos da sua autoria nas paredes de três dos mais famosos museus de arte contemporânea do mundo, de Londres a Nova Iorque, lado a lado com os grandes mestres do bom gosto. O mais hilariante é que os guardiões dos referidos santuários demoraram várias semanas a reparar nos O.E.N.I. (Objectos Estáticos Não-Identificados) que incluíam helicópteros a irromper por paisagens impressionistas ao estilo de Monet ou a Mona Lisa de Da Vinci a segurar um lança-rockets entre outras preciosidades que foram vistas e apreciadas pelos visitantes dos museus sem, aparentemente, qualquer tipo de estranheza.


Não raras vezes, Banksy foi detido por delito de...expressividade. Nada que o demova, porém, da sua missão possível: subverter, provocar e, nos tempos livres, gozar literalmente com as ditas autoridades. Ao ponto de, em delírio absoluto, desenhar dois polícias do sexo masculino, vestidos com a tradicional farda britânica, a beijarem-se em plena via pública; ou um soldado da coroa britânica, também fardado e de espingarda, a urinar no passeio; ou um outro soldado a escrever na parede a velha máxima "God save the Quee..." (lançando a dúvida sobre se se trata de "Queen" ou "Queer"). Banksy refere que «as pessoas que gerem as nossas cidades não entendem os grafittis porque julgam que nada tem o direito a existir se não obtiver lucro. Mas se apenas valorizas o dinheiro, a tua opinião não tem qualquer valor.»


Banksy refere que os maiores crimes no mundo não são cometidos por pessoas que cumprem as regras, mas por pessoas que cumprem as regras. «São as pessoas que aceitam as ordens, que lançam bombas e massacram populações. A desobediência passa por gozar com as ordens, ao colocar avisos nas paredes em formato stencil, designando-as como "área autorizada de grafittis" e, simultaneamente, proibindo a afixação de anúncios publicitários.»
«Gosto de pensar que tenho tomates para me insurgir anonimamente numa democracia ocidental e defender causas em que mais ninguém acredita, como a paz, a justiça e a liberdade», sustenta. Não por acaso muitos dos seus desenhos são mensagens pacifistas, como uma menina de saias a abraçar um rocket; ou aquele helicóptero de guerra ornamentado com um pequeno laçarote cor-de-rosa...simplesmente delicioso.Miranda July não faria melhor.


Banksy vai ao Museu

in umbigo

03/06/07

A Perfect Circle

3 Libras

Para a minha coleguinha Susana, Maynard James Keenan com cabelo =)
Adeus IPJ...