27/07/07

Olá vida

Hoje chorei, mas de alegria. Lembro-me da última vez que chorei de emoção, foi no concerto de Arcade Fire no SBSR, e sinceramente não pensei que isso voltasse a acontecer. Aquelas lagrimas caíram-me juntamente com um sorriso enorme estampado no rosto e uma sensação de êxtase que nunca pensei sentir, foi incrível. Mas não tão incrível como hoje. O dia de hoje superou tudo, largamente!
Há 5 anos atrás entrei em Psicologia, sabia que não era aquilo que queria, sabia que para além de não o querer, que aquilo era algo que era completamente o oposto de mim...mas sinceramente, se não fosse isso era outra coisa qualquer, fosse Inglês, fosse Direito, sempre soube que só me encaixava num sítio, na arte. Estou a breves momentos de me licenciar, e sei que não vou exercer, ponho essa hipótese em último lugar (o lugar do desespero quando tudo o resto falhar, epá preciso de comer, certo?). E porque é que escolhi este caminho então? É certo que ninguém me obrigou, não posso afirmar isso, mas é certo também que não me deixaram fazer mais nada.

Quando me matriculei no 10º ano sabia que queria escolher artes, queria-o tanto tanto...Só de pensar que ia para a escola e não só podia desenhar nas aulas como também era avaliada por isso...até me arrepiei toda, então eu agora vou pra escola e posso fazer o que faço quando tenho um tempinho livre??Queres melhor negócio? Só na worten. Disse aos meus pais que queria inscrever-me no agrupamento de artes porque queria ser estilista, queria estudar design de moda, e aí é que a casa foi a baixo. Só não me chamaram de filha e deu para perceber onde tudo aquilo ia dar, pois foram muito directos, "se vais para artes porque estás com ideias de ir estudar moda, podes tirar o cavalinho da chuva. Sai de casa e sustenta-te sozinha, se quiseres direito ou medicina, conta connosco, mas artes, nem penses." Como diz a Dida: "é bem".

Não gostei do secundário, as disciplinas não me entusiasmaram por aí além apesar das minhas notas até poderem ser consideradas de boas, acho que o facto de não poder sair a lado nenhum ajudava razoavelmente, havia mais tempo para estudar. Consegui tolerar o secundário porque tivemos teatro, mais especificamente, Oficina de Expressão Dramática, e foi desse pequeno mundo e nas pessoas espectaculares que conheci e que ainda hoje adoro, que consegui sugar toda a minha força. Guardo memórias espetaculares desses tempos, que sao hoje tão vivas como foram reais naquelas horas, muito obrigado.

Cheguei ao 12º e durante os três anos passados, tentei não pensar muito no que ia fazer nessa hora quando ela chegasse, mas quando tive que escolher os cursos, foi provavelmente um dos momentos mais tristes da minha vida. Apercebi-me que tinha chegado a hora, tinha que fazer qualquer coisa, mas não queria fazer nada... só queria AQUILO. Imaginam a sensação de ter que pôr por ordem de preferência coisas que não gostam e ter k eleger uma como a favorita? Vejamos, rato morto com ketchup para o jantar -1º, a minha própria mão grelhada-2º...Lamber os pés malcheirosos do meu vizinho-3º. E ainda ter que ter boas notas? Enguli foi um grande sapo... Foi o apogeu! Mentira, o apogeu foi quando "me foi comunicado" que TINHA que ficar em faro, pois não existia uma dose suficiente de confiança na minha pessoa para que eu pudesse disfutar da oportunidade de ir estudar para fora, pois poderia meter-me na heroína ou na prostituição, enfim, essas coisas próprias da idade (lol). Andei aqui enfiada 5 anos da minha vida, estudei por uma vida e sinceramente tenho livros em casa que já nem me lembro de ter lido (dezenas e dezenas, que dinheiro mais mal gasto), mas que as sublinhações extensas, separadores, apontamentos, rascunhos, não me deixam cair em engano: LI-OS.

O que tirei disto tudo para além de saber todas as partes do cérebro humano em latim? Amigos excepcionais e muitas lições de vida, valiosas e indispensáveis, mas que sinceramente poderiam ter sido aprendidas de outra forma. Consegui superar esta bosta de curso graças a quatro pessoas muito especiais que nunca deixaram de puxar por mim, que me tiraram lá do fundo das várias vezes que bati nele, aturaram-me nos meus melhores e piores dias, sempre com muito carinho. Não precisa dizer, há coisas que se sentem à flor da pele, pelas acções...pelos sorrisos, pelas palavras, sei que gostam de mim, obrigada por isso! Obrigada Ruth, Raquel Ana e Cátia.

Deprimi muitas vezes, chorei muitas vezes, gritei demais, praguejei demais, fiz muita merda a mim mesma, tentei sair de casa algumas vezes, mas isso foram árvores que não deram fruto...Por vezes tratei os outros injustamente pela raiva que sentia de tudo isto, a essas pessoas, sabem elas quem são, peço desculpa pelas imensas preocupações que vos dei. Nunca fui uma pessoa forte e as coisas batem-me com facilidade, vou abaixo com facilidade, ou pelo menos ia. Mas gosto de quem sou hoje, e estes anos fizeram de mim quem sou hoje. Podia ter sido feito de outra maneira, mas foi assim, seja destino ou não, aceito o que sou agora, aceito o que me espera, de braços bem abertos. Não me importo que pensem que sou maluca, os malucos também são gente, e já lá vai o tempo em que me preocupava com o que achavam de mim, não gostam vão comprar a outro lado.

Sonhei com isto muitos anos. Pintei os meus sonhos dezenas de vezes, desenhei os meus sonhos dezenas de vezes, vendi sonhos, comprei sonhos e nunca os deixei esmorecer. Porra quero mesmo isto,com todas as minhas forças e com toda a paixão que isto merece! Esperei tantos anos e o que mais temia não aconteceu, não perdi a força, não perdi aquela vontade esmagadora de criar, tenho 23 anos e estou a começar de novo, a minha vida começa agora, e agora, quem manda nela sou eu.

Hoje fui ver a nota do exame de Desenho-A que fiz dia 16, desde dia 16 que não durmo decentemente, acordava a meio da noite, não conseguia adormecer, andava constantemente nervosa e sobressaltada o que é sempre positivo quando se começa um emprego novo, especialmente num café-bar (coisinha leve). Correu-me mal, muito mal. Fiz o exame como aluna externa e era a mais velha da turma, no meio daquela maré de putos, senti-me mais deslocada que nunca. Mesmo sob os olhares desconfiados daquelas pessoas, senti que não devia nada a ninguem, "posso não pertencer aqui, mas isto é só um ponto de passagem, calma" - pensei eu. E funcionou. Mas outras coisas me assombraram nas semanas antes do exame, e nesse dia, nessas 3 horas. Estas pessoas tiveram três anos disto, aulas, testes, professores a ajudar e a corrigir e eu nunca tive aulas, nunca me ensinaram nada, que raio faço eu aqui? Aprendi sozinha, faço as coisas de instinto, de alma, mas quem me diz que o que sei está certo? Nada. Há medida que desenhava e os exercícios iam passando, olhava para os estiradores ao lado, e pra minha surpresa, o que via não só não era nada de especial, como nem sequer era bom. Pensei cá pra mim "what da fuck?"...

Como sou uma pessoa informada, liguei para a Direcção Regional de Educação do Algarve para tentar saber tudo sobre o exame, a senhora foi super prestável e simpática, mas mentiu-me. Basicamente disse-me que o exame era igual a outro que existe (Materiais e Técnicas de Expressão Plástica), mas só com outro nome, então, prestei-me a resolver todos os exames de anos anteriores dessa disciplina. Chego ao exame, de mochila apetrechada de aguarelas, pastéis, carvões, lápis de cor, ceras e tudo k se possa imaginar, como me foi indicado, mas não só nao usei metade como também o exame não tinha nada a ver com o que a senhora me tinha dito, e nesse momento pensei pra mim: lixei-me. Fiz aquela merda de mãos a tremer, sufocada na quase impossibilidade de traçar uma linha direita, naquela corrida contra o tempo de desenhar tanto em tão pouco tempo. Podia jurar que ia chumbar, andei a informar-me sobre os recursos ao exame, pensei no que ia fazer com a minha vida e hoje tive a maior surpresa de sempre. Um 15. E náo só, era a segunda melhor nota da pauta, no meio daquela sopa de notas baixíssimas.

Verifiquei várias vezes e mal conseguia ler o meu nome. Assustei as funcionárias quando comecei a chorar aos saltos no meio da sala de convivio da minha antiga escola. Disseram-me: "calma menina, pró ano tentas de novo", devem ter pensado que era louca quando repeti umas 10 vezes "não acredito que passei, tive 15, estou tão feliz!"

Finalmente senti que valho alguma coisa, porque se fiz aquilo mal e porcamente, imagino se tivesse tido mais meia hora de exame. É estúpido precisar de aprovação alheia pra saber se o que faço é bom ou não, mas nestas cenas das artes, sou muito pouco confiante.

Em outubro devo ir para a covilhã, que graças às fantásticas médias baixíssimas dos anos anteriores, me vão permitir quase de certeza, deslizar graciosamente para os meandros daquele bloco de moda. Estava tranquila se tivesse 9.5, mas com este 15 e a bela media do secundário, os 12.5 do ultimo classificado não me assustam =)

Já tenho parte dos 1000 euros de propinas e espero tê-los até outubro, ando a trabalhar para isso, mas vou ter que me sustentar sozinha, sem ajuda de ninguem e ainda tou pra ver se consigo arranjar emprego compatível com as aulas...a ver vamos.
Acumulei coisinhas ao longo deste ano, pois prometi a mim mesma que não iria desistir, que ia concorrer mal acabasse o curso. Tenho caixotes com talheres, toalhas, até facas do pão e canecas, comprei tudo com amor e esforço e tudo ao meu gosto. É giro ver os meus gostos projectados em coisas da casa, pois nunca pude mexer em nada aki em casa. Vou sair daki e sinto-me melhor do que nunca, sinto-me livre finalmente, já não devo nada aos meus pais, fiz-lhes a vontade.
This is a new day, this is my conquest

p.s. desculpem o tamanho disto, mas também ninguem deve ler, por isso...lol... k se lixe
pL.

26/07/07

Fool me once, shame on you. Fool me twice, shame on me

Parece que cada vez há mais lobos em pele de cordeiro, filhos da mãe com licenciaturas em usar e jogar fora, às vezes até pós-graduações (geralmente na área da verdade camuflada). Flores e sorrisos? Podes mete-las num sitio que eu cá sei. Eu cá não sou descartável, põe-te a milhas.

25/07/07

Time waits for no one but me

Softly spinning around the clock
making my life a living hell
making sure that time goes around
ringing inside my head like a bell

How i wish i could turn all this around
Clean up all this fucking mess in my heart
But the clock keeps tickin' in the same old ground
And i just can't catch up
And it just tears me apart

Smashed my watch with a hammer
Screwed my head with harsh words
Gotta run faster
Gotta fly like the birds

Got all the time in the world
But i keep wasting the one that passes by
Making a mess out of myself
Oh and i just don't know why

And the clock keeps tickin'
Just like an announcement for disappointment
For is sure that i'll screw it up again
'Cause i'm just stuck in the moment

Smashed my watch with a hammer
Screwed my head with harsh words
Gotta run faster
Gotta fly like the birds


Can't help thinkin' time waits for no one but me
Am i really worth it?
That's what we'll see


L.

Quando não há nada para fazer, faz-se qualquer coisa, há quem leia a maria, hoje deu-me pra isto. Ignorem sfv

19/07/07

E porquê?

Porque lidar comigo é difícil e poucas pessoas o sabem fazer, obrigado às que não sabem mas tentam.
Porque sei exactamente o que quero e não faço cedências, mesmo quando me apetece abrir uma excepção, sei que se o fizer vou-me magoar, tem-se verificado nas últimas 5 vezes.
Porque em 70% das vezes, os conselhos dos outros só me metem em sarilhos, tem-se verificado nas últimas 10 vezes.
Porque sou directa e gosto que sejam assim comigo, levo a mal se não forem.
Porque percebo quando me mentem, mesmo que finja que não, se o fizer é porque acho que não vale a pena chatear-me.
Porque falo pelos cotovelos e adoro conversar, quando for velhinha e frágil,uma boa conversa é a melhor coisa que me vai restar.
Porque não tenho vergonha de quem sou, mas também nao me importava de ser a Claudia Schiffer.
Porque gosto que me critiquem, há sempre espaço para a mudança, especialmente se for para melhor.
Porque ainda ligo demasiado ao que os outros pensam de mim, daí às vezes ser estranha e dizer coisas estranhas.
Sou nervosa e sensível, há quem diga que tudo me afecta como se não tivesse uma camada de pele.
Porque me preocupo demasiado com pormenores quando ha problemas maiores no ar.
Porque quero fazer tudo, o que faço bem e o que faço mal.
Porque não me consigo desligar desta necessidade de agradar a todos, às vezes as minhas intenções são mal interpretadas, não espero nada em troca.
Porque quando às vezes é bem melhor estar calado, eu tenho sempre que dizer mais qualquer coisa, geralmente é essa coisa que derrama o copo.
Porque gosto de rir, faz-me sentir viva, apesar de só dizer piadas secas.
Porque gosto de abraços, transmitem carinho, é bom saber que não estou sozinha.
Porque há coisas que não se devem desenterrar, se estão lá, é porque já tiveram o seu tempo e hora.
Porque a dor é algo indissociável da vida, devia enfrentar mas evito e talvez esteja a perder coisas fantásticas.
Tenho muita garra para o que gosto, nunca desisto do que quero, mesmo que passem anos, volto sempre a tentar de novo, a vida tem muitos rounds, recuso-me a ficar k.o. depois de uma derrota.
Porque como um dia me disseram, sou inculta porque não percebo nada de política, futebol e geografia. Que se lixe, não sou mais feliz por saber o que anda a fazer o nosso ministro dos negócios estrangeiros, quais as novas contratações do belenenses, nem quantos kilómetros dista Barcelona de Faro.
Porque me arrependo de muito poucas coisas na vida, e vocês?

14/07/07

Caixinha dos tesouros

Hoje apetece-me gritar, espernear, amuar...tudo por uma bolsa de canetas e lápis. Pode parecer tremendamente fútil e materialista ficar tão abalada por causa de objectos, simples coisas que não são nada mais do que bens materiais, mas eu penso de forma diferente. Ficar sem algo que sempre nos acompanhou é muito mais que desagradável, é triste. Um objecto é muito mais que o valor económico a ele associado, tem alma própria, e com ele, aquele rol de memórias dos momentos passados. Há quem diga "depois compras outro igual", mas no fundo todos nós sabemos que não é o mesmo. Já tentei fazer isso antes, voltar a comprar akela coisa especial, na esperança de a ter de volta para mim e de me apaixonar de novo por ela, mas admitamos, não é o mesmo.
A minha bolsa era enorme, em plástico transparente às bolinhas cor-de-rosa de todos os tamanhos. Havia sido descaradamente "cravada" a uma menina de promoções de bolachas no supermercado, e dentro dela estava tudo o que precisava para me aguentar nos piores momentos, os meus materiais de desenho. Desde muito miuda coleccionei canetas, lápis, borrachas, separadores de livros...lembro-me de estar na primeira classe e andar com um estojo recheado, que mais parecia um tumor que a pobre mochila havia ganho na bolsa da frente. Mal sabia escrever, mas ja sabia desenhar e já sabia o que queria ser. Hoje em dia o vício perdura e nunca jogo nada fora, nem os pobres lápis afiados até à exaustão, mais pequenos que uma beata de cigarro. Não os jogo fora e guardo-os porque me acompanharam em momentos excelentes, carregam suor e lágrimas e recordações de vistas fantásticas. Tenho e sempre tive muita dificuldade em separar-me das minhas coisas, talvez por isso quando viajo, levo a casa às costas, desde fronhas de almofadas, com o cheio de casa a meia dúzia de velinhas de cheiro. Quem me conhece sabe que adoro desenhar, é a única coisa que sei fazer na vida, e, mal ou bem, é a única coisa realmente minha que estará cá sempre para me lembrar de quem sou. Recordo-me da minha bolsa cheia de pequenas coisas cheias de significado, pequenas coisas que me tinham oferecido, pequenas coisas que havia comprado para mim e até algumas extravagâncias para as quais juntei durante semanas para as comprar...Cabia um mundo lá dentro, não só feito de objectos, mas feito de todo o carinho que tinha por eles, e esse carinho, mais do que o dinheiro que as coisas custaram, tem um valor inestimável. Mais valia ter sido a carteira cheia de dinheiro a ir à vida, acho que me custava menos...É óbvio que posso ir a papelaria e gastar tudo o que tenho (que neste momento é nada...lol) a tentar repor pelo menos uma pequena parte dessas coisas, lápis sem fim, carvões, lapiseiras e canetas de todos os tamanhos cores e feitios...o material de desenho é substituível, caro, mas substituível...agora as coisas que já não se fazem, as pequenas prendinhas, os miminhos...essas são insubstituíveis. Recordo-me de ver as minhas amigas sempre a mexer nos meus estojos e recordo-me de as irritar visceralmente quando escavava túneis sem fim por eles adentro, fazendo uma barulheira em plena aula, só para encontrar "aquela" caneta. Levei muita cotovelada e ouvi muitos "ó mulher usa uma qualquer!".
Parece que nesse e noutros aspectos nunca cresci muito e sou ainda um bocado menina, apegadíssima à minha colecção de borrachas, na qual figuravam com orgulho os meus moranguinhos e as borrachinhas da mafalda...Mais recentemente a mãe de um amigo ofereceu-me um estojo que adorava, que passei a levar para todo o lado, um estojo dentro do estojo, sim, carrego com muita tralha na mala...lol. Lembro-me claramente do dia em que o recebi, quando ensopada até aos ossos sob aquela chuva do norte, estilo dilúvio, atravessei as vastas ruas de braga sem guarda-chuva, pensando que me ia afogar naquela água que fustigava como um estalo na cara.
Esse estojo laranja tornou-se o orgulhoso portador de toda a minha "quinquilharia" das explicações de geometria descritiva, desde os compassos às infindáveis lapiseiras e borrachas, o certo é que ninguem reclamava, não fosse haver sempre alguém que precisava de alguma coisa. Como diz um amigo, "não és infantil, és amorosa", lamento desiludir-te, mas sou mesmo infantil, e ingénua, especialmente por pensar que alguém liga a isto. Amorosa ou não, não penses que me esqueço da tua cara de horror estilo hitchcock quando me apanhaste a limpar borrachas e canetas com limpa vidros, alcoól e cotonetes...lol. Tantas vezes tiveste que me aturar a mostrar-te aquela caneta horrorosa em madeira pintada, com a cabeça do chinês que abanava. Era feia, velha, gozavam com ela, mas caramba que escrevia bem!Tantas foram as vezes que lhe mudei a carga... e que delicia era fazer frequências com ela e irritar a gaja ao lado a baloiçar a cabeça do "alôz xau xau" sob aquele ruído dóing dóing que desconcentrava qualquer um...desculpem, relaxava-me!
Só me resta começar de novo, continuar com esta parvoíce infantil que é só minha e tentar arranjar mais moranguinhos perfumados para me deliciar. Obrigada andré pela foto da Marlene Dietrich e do lápis gigante de casca de árvore. Quem melhor que tú me compreende?
Sei perfeitamente que há problemas maiores no mundo, e até eu os tenho de sobra infelizmente, tudo isto parece fútil e superfluo, mas porra...tou triste...
p.s. segunda feira exame nacional de Desenho-A e tou desfalcada, quem faz uma vaquinha e me oferece uns lápis?

02/07/07

52ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza

Mais um ano, mais uma edição da exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, que na sua 52ª edição, continua a levar à belíssima cidade italiana, o que melhor se faz na arte contemporânea à escala mundial. Patente até 21 de Novembro de 2007, esta exposição tem como título "Think with the senses - feel with the mind: art in the present tense" e promete brindar o público com obras irreverentes e provocadoras de alguns dos melhores artistas da actualidade.
A exposição de veneza realiza-se desde 1895 e é a bienal de arte mais popular do mundo, tendo também sido a primeira a surgir neste domínio. Pela primeira vez desde que se realiza, este evento tem um curador americano, o crítico de arte Robert Storr, que previamente desempenhou funções como curador chefe no prestigiado MoMA (Museum of Modern Art) em Nova Iorque. Este evento conta com centenas de artistas de todo o mundo, tendo atingido nesta edição o número record de 76 participações nacionais e de 34 eventos colaterais que têm lugar no giardini, no arsenale e em muitas outras zonas da cidade de Veneza.
Ângela Ferreira é a artista portuguesa que representa
o nosso país neste evento, estando a representação oficial, organização e produção da mesma, a cabo do Instituto das Artes e sendo esta ainda, comissariada por Jürgen Bock.
Ângela Ferreira expõe regularmente desde 1990. O seu trabalho é motivado por questões de natureza política, a partir das quais desenvolve uma análise sobre as relações e influências da história, em particular da História da Arte, na arte contemporânea, utilizando o potencial comunicativo da arte neste processo de negociação. As apelativas esculturas modernistas de Ângela Ferreira são frequentemente combinadas com textos, fotografias ou vídeos, propondo um conjunto de refleções sobre o que se tem considerado como "dados adquiridos" na História da Arte. Com o projecto Maison Tropicale, a artista traça uma reflecção sobre a história colonial e as suas ressonâncias pós e neocoloniais. A Exposição portuguesa realiza-se pela primeira vez no Fondaco Marcello, um espaço de excelente visibilidade localizado na margem do Grande Canal, entre as pontes da Accademia e de Rialto.
Eis algumas das peças.



Angelo Filomeno-Italia (A philosopher shits under a tree)



Gerhard Richter-Alemanha (Sem Título)


Hyungkoo Lee-Koreia (Peça da colecção "The objectual series")