Recentemente cheguei a conclusão que casa de universitário é não só um paraíso de farra, liberdade e descontracção, mas também um paraíso de traças. Casas velhas são lixadas. Recordei quando eu tão cruelmente troçei de uma pobre rapariga que libertava odores a naftalina. Há dias mordi a minha grande lingua quando, vendo as pobres criaturas emaranharem por todo o lado, e por mais que limpasse, esfregasse, desinfectasse e espalhasse saquetas perfumadas por todo o lado (p.s. o ajax para os rastejantes não funciona, gatunos!), vi-me obrigada a tomar uma solução mais radical e a recorrer às tão famigeradas bolas de naftalina. Espalhei as ditas bolinhas pela casa, tão brancas e reluzentes tal qual rebuçadinhos bola de neve, e pensei, raios partam se não vou matar estas putas todas. De noite chego a casa e apercebo-me que o cheiro não só se tinha entranhado na minha roupa, como no corredor do prédio e afins. Segundo a minha senhoria apenas uma ou duas chegavam, se calhar não devia ter posto a embalagem toda, não?
E agora digo, sim, é possível haver pessoas com menos de 60 anos que cheiram a bolas de naftalina, e eu sou uma delas. Nessa noite fui sair e o perfume era outro, Bolas de Naftalina Continente.
Irónico não?E agora digo: ha ha the joke's on me.